sábado, 27 de setembro de 2008

Saudade e Lembranças

Podem parecer sinônimos.

Idéia igual,

mas diferente no sentir.

Lembrança é da memória, saudade é da alma.

Muitas lembranças, poucas saudades.

Lembranças surgem com um cheiro,

uma música, uma palavra...

Saudade surge sozinha,

emerge do fundo do peito onde é guardada com carinho.

Lembrança pode ser boa,

mas quando não é,

pode-se afastá-la convocando outra lembrança

ou convocando outro pensamento para o lugar, ligando a TV ou lendo o jornal.

Saudade é sempre boa,

mesmo quando dói,

e não se apaga mesmo que outra pessoa tente ocupar o lugar vazio.

Ela pode coexistir com um novo amor, sem machucá-lo.

Lembrança é de algo real,

de um lugar,

de uma época,

uma pessoa.

Saudade pode ser do que não houve,

de uma possibilidade,

de lábios jamais tocados.

Lembrança pode ser contada,

medida, localizada, e com algum esforço,

pode até ser calculada com uma fórmula matemática, ao gosto dos engenheiros.

Saudade é dos poetas, é pautada em rimas e melodias;

vontade de ver outra pessoa,

segundo os poetas, teria outro nome,

seria uma saudade com tempero,

eu acho.

Lembrança pode ser sem som,

pode não doer.

Saudade jamais é sem som.

Se ela não vier com música de fundo,

a gente coloca, só para ficar mais bonita, mais gostosa de sentir,

para preencher mais a alma vazia.

Lembrança vence a morte,

mas conforma-se com a ausência, respeita convenções.

Saudade ignora a morte,

vence distâncias,

barreiras e preconceitos.

Lembrança aceita nosso comando,

vai e volta quando queremos.

Saudade é irreverente, independente e auto suficiente.

Autor desconhecido

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