Há muito tempo que nos deparamos com as duas faces do
magistério: uma gratificante e outra
oculta ou até mesmo perversa por vezes. Faces essas que apenas conhece quem é
educador, professor.
Quem está alheio ao ambiente escolar não conhece a realidade
em que grande parte dos educadores/professores se depara.
Nos tempos atuais, o que a mídia tem feito (e por vezes até
parcela da população) incessantemente é
apenas acusar a classe do magistério de
todo o caos da educação brasileira, porém poucas vezes tem percebido que se a
educação se encontra no nível em que está a responsabilidade não é apenas dos
educadores, como também dos governantes que nada ou pouco fazem pela educação, porque
convenhamos, sabemos muito bem que para o poder sempre é mais interessante ter
um povo inculto, apático, pois o mesmo será mais fácil de manipular, de ludibriar,
de tornar essa massa de manobra, desinteressada e alheia aos principais
acontecimentos políticos que norteiam os rumos do futuro do nosso pais, enquanto
que nossos governantes estão mais preocupados com a Copa da Mundo de 2014,
investindo aí somas bilionárias, quase 3 bilhões de reais (num momento em que ainda falta tanto em nosso país e estado, como saúde, educação, emprego), porque isto dá
mídia, e não a educação!!! Educação também não elege nenhum governante, por
isso na maioria dos municípios e estados brasileiros, as obras sempre se destinam a outros setores
o que resulta em votos consequentemente.
Mas retornando ao questionamento da responsabilidade da
educação, cabe aqui lembrar que a responsabilidade do processo de ensino
aprendizagem se divide igualmente entre as seguintes parcelas: professores ( que devem se qualificar e adotar
metodologias adequadas ao ensino e atrativas ao educando), alunos (que devem
mostrar interesse em aprender , e parte
deste estímulo vem de casa, de suas famílias que estimulam ou não), pais (os
quais devem mostrar interesse pelos seus filhos e estimula-los, incentiva-los ao
estudo, além de cobrar deles as lições/deveres de casa como também quando
necessário auxiliar ou acompanhar o filho na atividade, bem como visitar
regularmente a escola do seu filho para verificar o seu desempenho escolar e
comportamento), e governo (que deve antes do que cobrar resultados, dar
condições para que os mesmos sejam alcançados, isto é, condições dignas de
trabalho a um professor/educador, como salário compatível com o grau de
instrução ou estudo do professor [ no caso do RS não nivelar os diferentes
níveis ao mesmo patamar como deseja fazer], comparando o salário de um
professor com outro profissional que tem o mesmo tempo de estudo na sua
graduação; investimentos em infraestrutura educacional pois muitas vezes as
escolas públicas, principalmente as estaduais tem uma estrutura deficitária,
precária, e os governos, mesmo sabendo
da real situação das escolas, pois como
educadora/professora tenho absoluta certeza de que os professores e as direções
das escolas não são alheias a estes problemas e comunicam as coordenadorias,
secretarias de educação enfim, com maior breviedade possível, da real situação
em que se encontram, solicitando obras de melhoria aos órgãos competentes, os
quais diante da triste realidade burocrática ou do vício a que estão inseridos,
levam uma eternidade para tomar alguma atitude e resolver os problemas pendentes,
ou somente tomam alguma medida quando alguma tragédia acontece nas escolas).
Enfim, se existe caos na educação brasileira, estou convicta de que todas estas
parcelas são coo-responsáveis e não apenas os professores, pois se assim fosse
não teríamos um Marcos Pontes como astronauta brasileiro que trabalha na NASA (
Cabe aqui lembrar a fuga de cérebros que ainda afeta nosso país) e que estudou
apenas em escola pública, nunca em particular, por não ter condições de paga-la
visto que era oriundo de família humilde. Eu questiono: como ele é o que é atualmente, se estudou em
escola pública? Será que o sucesso dele não é fruto do seu próprio interesse? Da sua vontade de vencer? Da sua disciplina e empenho
dos seus pais que certamente o incentivaram ao estudo?
E mais, nós mesmos educadores ou professores atuais, somos
da mesma geração que o Marcos Pontes; se chegamos aqui foi por competência, mérito e interesse
próprios, empenho pessoal, dedicação
nossa e de nossos pais que sempre tiveram pulso firme em nos orientar, que nos
impuseram limites, coisa que algumas crianças e adolescentes de hoje desconhecem, pois seus pais não impõem limites
e esperam que a escola o faça (só para constar, sou mãe e professora, por isso
vivo as duas faces da educação).
E ainda indago: que tipo de profissional se quer no futuro? Por isso, qual a opção nossa como educadores? exigimos de nossos educandos ou passamos a mão sobre a cabeça deles e os aprovamos quando na verdade eles não possuem condições para tal porque não dominam o conhecimento que deveriam dominar... e assim colaboramos para a principal meta dos governos que é zerar a reprovação escolar! Não que isto seja impossível, mas qualidade de ensino e de aprendizagem também é essencial quando se quer profissionais competentes, portanto não adianta a mídia criticar a rede de ensino que reprova alunos. Alunos reprovam por que? Porque não dominam o mínimo necessário para a aprovação. Se o que se quer é índice zero de reprovação, é muito provável qua as universidades recebam alunos pouco preparados, se bem que algumas universidades também deixam a desejar, mas avaliar o nível ou a qualidade das universidades não me compete. Compete aos órgãos competentes, aos universitários e própria universidade.
Sabemos que os maiores avanços tecnológicos da humanidade se
deram no último século, especialmente a partir de 1950, nas diversas áreas do
conhecimento, principalmente no que diz respeito as telecomunicações, a tecnologia da informação, a
cibernética, robótica, mecatrônica, informática, biotecnologia, química fina,
aeroespacial, engenharia genética (genoma) e eletrônica. Que geração foi responsável por estes
conhecimentos científicos? Que legado a atual geração nos deixará nestas áreas
ou em outras?
Sabemos e confiamos na capacidade/potencial de nossos educandos/ alunos (as crianças de hoje são mais espertas do que a décadas passadas, porque praticamente nascem com acesso a todos os conhecimentos através da internet e não tem medo das novas tecnologias, no entanto também precisam estar cientes de que todo este conhecimento que está na rede nem sempre é verdadeiro, por isso a necessidade de um olhar crítico e um certo controle dos pais ao acesso a rede), quando os mesmos
tem interesse em desenvolve-los, porém cabe aqui ressaltar que é imprescindível
ter o desejo de vencer, o gosto pelo estudo, o empenho em
produzir resultados e fazer da escola um local não apenas de encontro de
amigos, mas um ambiente de estudo, onde realmente haja condições para produzir
conhecimento, isto é, silêncio quando o mesmo se fizer necessário, dedicação,
prazer em estudar. Mas para tudo isso ser possível, é necessário acima de tudo
interesse, vontade política e pessoal, e apoio e compreensão dos pais.
Encerro com célebres frases do astronauta brasileiro mais famoso: Marcos
Pontes!
“Escrevo artigos e outros
textos com a finalidade de conscientizar e motivar pessoas para descobrirem o
seu potencial.
Minha vida é dinâmica e
super produtiva, graças ao meu próprio esforço e aos ensinamentos dos meus pais
e professores.
Eu vivo e trabalho com
motivação, honestidade, ética, afinco e persistência em todas essas atividades,
exatamente como eles me ensinaram...há muito tempo atrás. Faço o que gosto, e
gosto do que faço.
Meus objetivos são simples:
ser útil para o maior número de pessoas possível, trazer otimismo e bem estar,
espalhar coisas boas e felicidade, ser feliz...até o dia de, finalmente, poder
abraçar Aquele que nunca me abandonou.
Sentir que cumpri bem as missões que recebi na vida. Só isso!
Estátuas não duram para
sempre, homenagens também são esquecidas, mas idéias perduram para a
eternidade, e podem despertar o espírito da "boa luta" em cada uma
das pessoas que se aventurarem a "ser", serem humanos, serem parte de
Deus, serem livres, serem felizes...
Eu desejo que as minhas
idéias, de alguma forma, independentemente das dificuldades da situação atual,
possam fazer decolar o Fernão Capelo Gaivota que existe dentro de VOCÊ! Que
você voe rápido! Que você voe alto! Que você voe para os seus sonhos!
É possível...acredite nas
suas asas!” Marcos Pontes
“Podem fazer de tudo para justificar a própria incompetência. Podem me discriminar, criticar, banir ou
ferir... Mas nunca poderão aprisionar as minhas idéias. Não há limites para os
meus sonhos, e muito menos para onde eles podem me levar... Nós estivemos nos
espaço, e iremos ainda mais longe, enquanto eles ficarão, para sempre, presos
ao chão, pelas correntes da arrogância, da covardia e da mediocridade. “ Marcos
Pontes