segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Um pouco mais dos ensinamentos de Paulo Coelho

Diz o mestre:
Muita gente tem medo da felicidade. Para estas pessoas, esta palavra significa mudar uma série de hábitos _ e perder a própria identidade.
Muitas vezes nos julgamos indignos das coisas boas que acontecem conosco. Não aceitamos _ porque aceita-las nos dá a sensação de que estamos devendo alguma coisa a Deus.
Pensamos: “É melhor não provar o cálice da alegria, porque, quando este nos faltar, iremos sofrer muito”.
Por medo de diminuir, deixamos de crescer.
Por medo de chorar, deixamos de rir.
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Quando o viajante tinha dez anos, a mãe obrigou-o a fazer um curso de educação física.
Um dos exercícios era pular de uma ponte na água. Ele morria de medo. Ficava no último lugar da fila, e sofria com cada menino que pulava na frente, porque em poço tempo chegaria o momento de seu salto. Um dia, o professor _ vendo seu medo _ obrigou-o a ser o primeiro a pular.
Teve o mesmo medo, mas acabou tão rápido que passou a ter coragem.
Diz o mestre:
Muitas vezes temos que dar tempo ao tempo. Outras vezes, temos que arregaçar as mangas, e resolver a situação. Neste caso,
não existe nada pior do que adiar.
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Buda estava reunido com seus discípulos certa manhã, quando um homem se aproximou.
_ Existe Deus? _ perguntou.
_ Existe _ respondeu Buda.
Depois do almoço, aproximou-se outro homem.
_ Existe Deus? _ quis saber.
_ Não, não existe. _ disse Buda.
No final da tarde, um terceiro homem fez a mesma pergunta:
_ Existe Deus?
_ Você terá que decidir _ respondeu Buda.
_ Mestre, que absurdo! _ disse um de seus discípulos. _ Como o senhor dá respostas diferentes para a mesma pergunta?
_ Por que são pessoas diferentes _ respondeu o Iluminado. _ E cada uma se aproximará de Deus à sua maneira: através da certeza, da negação e da dúvida.
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Saímos pelo mundo em busca de nossos sonhos e ideais.
Muitas vezes colocamos nos lugares inacessíveis o que está ao alcance das mãos. Quando descobrimos o erro, sentimos que perdemos tempo, buscando longe o que estava perto. Culpamo-nos pelos passos errados, pela procura inútil, pelo desgosto que causamos.
Diz o mestre:
Embora o tesouro esteja enterrado na sua casa, você só irá descobri-lo quando se afastar. Se Pedro não tivesse experimentado a dor da negação, não teria sido escolhido como chefe da Igreja.
Se o filho pródigo não tivesse abandonado tudo, não seria recebido com festa por seu pai.
Existem certas coisas em nossas vidas que têm um selo dizendo:
“ Você só irá entender meu valor quando me perder _ e me recuperar”. Não adianta querer encurtar este caminho.
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Como é fácil ser difícil. Basta ficar longe dos outros e, desta maneira, não vamos sofrer nunca.
Não vamos correr os riscos do amor, das decepções, dos sonhos frustrados.
Como é fácil ser difícil. Não precisamos nos preocupar com telefonemas que precisam ser dados, com pessoas que pedem nossa ajuda, com a caridade que é necessário fazer.
Como é fácil ser difícil. Basta fugir que estamos numa torre de marfim, que jamais derramamos uma lágrima. Basta passar o resto de nossa existência representando um papel.
Como é fácil ser difícil. Basta abrir mão do que existe de melhor na vida.
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Maktub

2 comentários:

Anônimo disse...

Assim como você, gosto muito de Paulo Coelho. Ele ensina outra forma de ver a vida...
Também gosto de Zíbia Gasparetto. Uma leitura diferente... mas que faz bem.
Abraço
Rose

Elô Steffens disse...

Obrigada pelo comentário Rose. Amo os livros de Paulo Coelho e me inspiro em seus ensinamentos. Não conheço os livros de Zíbia mas procurarei por eles.
Abraço