sexta-feira, 23 de maio de 2008

O futuro da educação brasileira

Nos deparamos como uma situação crítica no que diz respeito a segurança nas escolas públicas brasileiras. É bem verdade que este assunto é noticiado constantemente nos telejornais quando ouvimos que em diversos estados brasileiros ocorrem problemas relacionados a falta de segurança nas escolas: são alunos portando armas, ameaçando professores, colegas, traficantes rodando escolas entre outros. E o que podemos fazer diante de tal realidade?

De acordo com entrevista ocorrida ontem a noite no programa Entrevista Record da Rede Record News onde a jornalista Adriana Araújo entrevistou o representante da Unesco no Brasil ficou bem claro que se uma pessoa é chave para desenvolver a cultura de paz nas escolas, este alguém é com certeza o professor e por isso ele tem que ser valorizado pois ele tem grande poder e responsabilidade em suas mãos.

Não se trata apenas da responsabilidade de dominar o conteúdo e técnicas de ensino-aprendizagem aliadas a inserção da tecnologia nas escolas, mas o maior desafio está natureza social, cultural e econômica dos alunos, o que por vezes explica o comportamento dos mesmos.

Pela Unicef a valorização e qualificação dos professores é considerada fundamental para a melhoria da qualidade da educação, assumida pelos Estados Membros da UNESCO, incluindo o Brasil, e conforme registra o relatório da UNESCO da Comissão Internacional sobre a Educação para o século XXI, para melhorar a educação é preciso, antes de mais nada, melhorar o recrutamento, a formação, o estatuto social e as condições de trabalho dos professores pois estes só poderão responder ao que deles se espera se possuírem os conhecimentos e as competências , as qualidades pessoais, as possibilidades profissionais e a motivação requeridas.

A escola pública brasileira tem apresentado um índice crescente de violência nas escolas onde os principais problemas enfrentados são além do tráfico de entorpecentes e da ameaça à professores, alunos alcoolizados, armados e formação de gangues dentro da escolas.

Infelizmente a educação é lembrada somente na época de eleições. Durante o restante do tempo ela é esquecida, mesmo por que não convém aos governantes que a população de uma país seja absolutamente culta, pois assim sendo, não se deixariam manipular/ ludibriar.

Lembramos aqui que no Brasil o governo investe 4,5% do PIB em educação, quando na verdade deveria de investir pelo menos 7% do PIB, isso de acordo com previsões da UNESCO.

Falta qualidade nas escolas?

Falta na verdade é infra-estrutura para a maioria das escolas: temos escolas caindo aos pedaços por esse Brasil afora, principalmente no nordeste, centro-oeste e norte do país. Escolas e alunos que jamais viram um recurso público chegar até elas. Escolas onde faltam mobiliário mínimo necessário (carteira e cadeira de aluno), por vezes sem porta, enfim, algumas são o retrato do caos na educação. E outras que até apresentam uma estrutura considerável mas tem por vezes depósitos de livros invés de bilbliotecas, pois carecem de profissionais para atenderem as mesmas; salas de aulas abarrotadas de alunos, 40 a 45 alunos, o que só contribui para o aumento da indisciplina na sala de aula. E então surgem os elevados índices de repetência, as notas baixas.

É claro que tanto alunos, quanto pais e por vezes até alguns professores, tem sua parcela de culpa quando não assumem realmente seu papel.

Por isso a saída talvez seja além da valorização do educador, a valorização do aluno mas também a imposição de limites, coisa que muitas vezes eles não tem.

Sabemos que o caminho não é só a repressão mas que exista uma escola, um caminho onde a presença do orientador educacional se faz imprescindível, além de discutir limites e regras com os alunos, chamar os pais à escola, pois é somente com a participação efetiva da comunidade escolar que esta realidade poderá mudar.

A UNESCO inclusive estimula uma cultura comunitária, familiar, onde a comunidade e família participe da escola.

A sociedade não valoriza a educação como deveria. A educação tem que ser prioridade dos governos e deve ser planejada em conjunto, governo e comunidade. Deve ser a gestão democrática da escola. O que por outro lado já vem acontecendo em parte no estado do RS.

Em todos as escolas que houve a participação efetiva dos pais, a violência na escola diminuiu.

A escola deve ser um lugar de prazer e de paz, onde os alunos se sintam bem, num ambiente que eles gostem de freqüentar. Só assim talvez, a violência seja banida das escolas.

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