terça-feira, 19 de agosto de 2008

Eleições Municipais

Neste ano eleitoral deparamo-nos novamente com a oportunidade de exercermos plenamente a nossa cidadania e escolhermos aqueles que serão nossos representantes nas Prefeituras e Câmaras Municipais, sabendo que para nós, butiaenses, se apresenta uma situação rara na história deste município promissor: a de termos um único candidato ao poder executivo. E não somos os únicos. Conforme noticiado pelo Jornal Zero Hora do último domingo, esta é a realidade de outros 29 municípios gaúchos e, assim sendo, conforme prevê a Lei Eleitoral n° 9.504/97, estes candidatos já estão eleitos, independentes da quantidade de votos brancos e nulos que possam haver. E portanto 6 % dos futuros prefeitos já são por nós conhecidos.

No entanto, a realização de consenso político apresenta vantagens e desvantagens entre as quais está a diminuição dos gastos para o financiamento das campanhas políticas, mas, por outro lado a privação de exercermos plenamente a democracia, já que não temos a real opção de escolha pelo que decreta tal lei.

Veja trechos da matéria “Os candidatos que têm certeza da vitória” publicada no Jornal Zero Hora de domingo, 17 de agosto de 2008 | N° 15698

“ Para o sociólogo e cientista político Adão Clóvis Martins dos Santos, professor da Pontifícia Universidade Católica (PUCRS), há pontos positivos em uma eleição sem disputa, como a redução nos custos de campanha, já que o candidato não precisa de exagerada exposição, com carros de som, shows, comícios e distribuição de santinhos para se eleger.

– Conseqüentemente diminui a interferência do poder econômico, já que não há necessidade de grandes grupos financiarem a campanha para garantir contratos posteriores – destaca o professor.

Santos considera o consenso um estágio avançado da democracia, porque filiados de partidos diferentes conseguem chegar a um acordo. Mas a cientista política Izabel Noll, professora do curso de pós-graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), discorda:

– Num pré-acordo de lideranças, a democracia é ferida.

De acordo com a cientista política, em geral o fenômeno do candidato único ocorre em municípios pequenos. Nos mais antigos, o motivo seria a combinação de alternância de partidos no poder. Já nos mais jovens, o eleitorado pode ter uma dívida de gratidão com o grupo que conquistou a emancipação.

Nas comunidades onde todos se conhecem, a ausência de oposição evita que a população viva em constante conflito e os relacionamentos se desgastem, explica Isabel. Os eleitores acabam deixando de lado a ideologia partidária para colocar no poder aquele que conseguir mais benfeitorias para a cidade ou tiver melhor trânsito em Brasília.

Mesmo com o prefeito já definido, o procurador regional eleitoral do Rio Grande do Sul, Vitor Hugo Gomes da Cunha, defende a realização da eleição nos municípios com consenso, por dois motivos:

– Como de forma concomitante ocorrem as eleições para o Legislativo, na prática não há custo adicional com a votação para prefeito. E mesmo que não fossem eleições conjuntas, interessa saber que apoio terá esse candidato. Apesar de não influenciar no resultado, o eleitor tem o direito de ir lá protestar, votar em branco ou nulo.”

Fonte: http://www.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2123502.xml&template=3898.dwt&edition=10481&section=1007

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