quinta-feira, 10 de julho de 2008

No dia da pizza, lembramos do Brasil: o país em que tudo acaba em pizza, inclusive as CPIs

Num país em que tudo acaba em pizza, ou quase tudo, basta lembrar das diversas CPIs que houveram e que resultaram em nada, ou pelo menos os culpados se quer foram presos ou tiveram que devolver o dinheiro desviado. Muito menos perder o cargo, quando se trata de políticos; exceto Fernando Collor de Mello que sofreu Impeachmant. Os demais casos que envolveram políticos de alto escalão bem como importantes empresários e empresas, normalmente foram abafados.
Basta lembrar da CPI do DETRAN no Rio Grande do Sul que acabou sem culpados pois a maioria dos deputados, com excessão da bancada petista, que lutou para tentar convencer os demais parlamentares sobre a culpabilidade dos envolvidos no escândalo, votou contra as conclusões da CPI do DETRAN e apresentou um relatório em separado. Como o relatório oficial da CPI - composta por maioria governista - não incriminou ninguém do governo Yeda Crusius, apesar de provas e evidências em contrário, é esse relatório do PT que exige a continuidade das investigações por órgãos como o Ministério Público Federal e o Ministério Público de Contas, o indiciamento de autoridades e a apuração referente à compra da casa da governadora. Vamos ver no que isso vai dar.
Já o mais recente caso noticiado, trata-se da investigação do Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo e da Política Federal, que culminou com a prisão do banqueiro Daniel Dantas, do investidor Naji Nahas e do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e que teve como origem as investigações feitas pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, sobre o caso do mensalão. A Operação Satiagraha foi deflagrada, na terça-feira, para desbaratar um suposto esquema de desvio de verbas públicas, corrupção e lavagem de dinheiro. A PF iniciou as investigações há quatro anos, como desdobramento do caso do mensalão. O MPF requereu mais investigações. A Polícia Federal, então, empreendeu uma série de diligências com autorização judicial, se valendo de escutas telefônicas e interceptação de dados, além de contar com auxílio do Banco Central. Com isso conseguiram encontrar indícios suficientes para incriminar Daniel Dantas, Celso Pitta e Naji Nahas dos crimes financeiros de gestão fraudulenta, operação ilegal de instituição financeira, evasão de divisas e concessão de empréstimos vedados, além de uso indevido de informação privilegiada (insider information), lavagem de dinheiro, corrupção ativa e formação de quadrilha. A prisão de Daniel Dantas foi decretada por causa do crime de evasão de divisas por meio do Opportunity Fund, uma offshore no paraíso fiscal das Ilhas Cayman. Ele teria movimentado US$ 2 bilhões entre 1992 e 2004. O ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta foi preso por ter feito, com doleiros, operações financeiras ilegais interceptadas pela PF e o grupo de Nahas, formada por ele, seu filho e outros comparsas, segundo relato do MPF, teria cometido os crimes de formação de quadrilha, de operação de instituição financeira sem autorização, uso indevido de informação privilegiada (insider trading) e lavagem de dinheiro.
Vamos esperar para ver no que vai resultar este escândalo: se realmente os culpados terão que devolver o dinheiro apropriado de forma indébita ou se mais mais uma vez tudo acabará em pizza.

Nenhum comentário: