sexta-feira, 18 de maio de 2012

As faces do magistério ou da educação, e suas responsabilidades


Há muito tempo que nos deparamos com as duas faces do magistério: uma gratificante  e outra oculta ou até mesmo perversa por vezes. Faces essas que apenas conhece quem é educador, professor.
Quem está alheio ao ambiente escolar não conhece a realidade em que grande parte dos educadores/professores se depara.
Nos tempos atuais, o que a mídia tem feito (e por vezes até parcela da população) incessantemente  é apenas acusar  a classe do magistério de todo o caos da educação brasileira, porém poucas vezes tem percebido que se a educação se encontra no nível em que está a responsabilidade não é apenas dos educadores, como também dos governantes  que nada ou pouco fazem pela educação, porque convenhamos, sabemos muito bem que para o poder sempre é mais interessante ter um povo inculto, apático, pois o mesmo será mais fácil de manipular, de ludibriar, de tornar essa massa de manobra,  desinteressada e alheia aos principais acontecimentos políticos que norteiam os rumos do futuro do nosso pais, enquanto que nossos governantes estão mais preocupados com a Copa da Mundo de 2014, investindo aí somas bilionárias, quase 3 bilhões de reais (num momento em que  ainda  falta tanto em nosso país e estado,  como saúde, educação, emprego), porque isto dá mídia, e não a educação!!! Educação também não elege nenhum governante, por isso na maioria dos municípios e estados brasileiros,  as obras sempre se destinam a outros setores o que resulta em votos consequentemente.
Mas retornando ao questionamento da responsabilidade da educação, cabe aqui lembrar que a responsabilidade do processo de ensino aprendizagem se divide igualmente entre as seguintes parcelas:  professores ( que devem se qualificar e adotar metodologias adequadas ao ensino e atrativas ao educando), alunos (que devem mostrar interesse em aprender ,  e parte deste estímulo vem de casa, de suas famílias que estimulam ou não), pais (os quais devem mostrar interesse pelos seus  filhos e estimula-los, incentiva-los ao estudo, além de cobrar deles as lições/deveres de casa como também quando necessário auxiliar ou acompanhar o filho na atividade, bem como visitar regularmente a escola do seu filho para verificar o seu desempenho escolar e comportamento), e governo (que deve antes do que cobrar resultados, dar condições para que os mesmos sejam alcançados, isto é, condições dignas de trabalho a um professor/educador, como salário compatível com o grau de instrução ou estudo do professor [ no caso do RS não nivelar os diferentes níveis ao mesmo patamar como deseja fazer], comparando o salário de um professor com outro profissional que tem o mesmo tempo de estudo na sua graduação; investimentos em infraestrutura educacional pois muitas vezes as escolas públicas, principalmente as estaduais tem uma estrutura deficitária, precária, e os governos,  mesmo sabendo da real situação das escolas,  pois como educadora/professora tenho absoluta certeza de que os professores e as direções das escolas não são alheias a estes problemas e comunicam as coordenadorias, secretarias de educação enfim, com maior breviedade possível, da real situação em que se encontram, solicitando obras de melhoria aos órgãos competentes, os quais diante da triste realidade burocrática ou do vício a que estão inseridos, levam uma eternidade para tomar alguma atitude e resolver os problemas pendentes, ou somente tomam alguma medida quando alguma tragédia acontece nas escolas). Enfim, se existe caos na educação brasileira, estou convicta de que todas estas parcelas são coo-responsáveis e não apenas os professores, pois se assim fosse não teríamos um Marcos Pontes como astronauta brasileiro que trabalha na NASA ( Cabe aqui lembrar a fuga de cérebros que ainda afeta nosso país) e que estudou apenas em escola pública, nunca em particular, por não ter condições de paga-la visto que era oriundo de família humilde. Eu questiono:  como ele é o que é atualmente, se estudou em escola pública? Será que o sucesso dele não é fruto do seu próprio interesse?  Da sua  vontade de vencer? Da sua disciplina e empenho dos seus pais que certamente o incentivaram ao estudo?
E mais, nós mesmos educadores ou professores atuais, somos da mesma geração que o Marcos Pontes; se chegamos aqui foi por competência, mérito e interesse próprios,  empenho pessoal, dedicação nossa e de nossos pais que sempre tiveram pulso firme em nos orientar, que nos impuseram limites, coisa que algumas crianças e adolescentes de hoje  desconhecem, pois seus pais não impõem limites e esperam que a escola o faça (só para constar, sou mãe e professora, por isso vivo as duas faces da educação).
E ainda indago: que tipo de profissional se quer no futuro? Por isso, qual a opção nossa como educadores? exigimos de nossos educandos ou passamos a mão sobre a cabeça deles e os aprovamos quando na verdade eles não possuem condições para tal  porque não dominam o conhecimento que deveriam dominar... e assim colaboramos para a principal meta dos governos que é zerar a reprovação escolar! Não que isto seja impossível, mas qualidade de ensino e de aprendizagem também é essencial quando se quer profissionais competentes, portanto não adianta a mídia criticar a rede de ensino que reprova alunos. Alunos reprovam por que? Porque não dominam o mínimo necessário para a aprovação. Se o que se quer é índice zero de reprovação, é muito provável qua as universidades recebam alunos pouco preparados, se bem que algumas universidades também deixam a desejar, mas avaliar o nível ou a qualidade das universidades não me compete. Compete aos órgãos competentes, aos universitários e própria universidade.
Sabemos que os maiores avanços tecnológicos da humanidade se deram no último século, especialmente a partir de 1950, nas diversas áreas do conhecimento, principalmente no que diz respeito as telecomunicações, a tecnologia da informação, a cibernética, robótica, mecatrônica, informática, biotecnologia, química fina, aeroespacial, engenharia genética (genoma) e eletrônica.  Que geração foi responsável por estes conhecimentos científicos? Que legado a atual geração nos deixará nestas áreas ou em outras?
Sabemos e confiamos na capacidade/potencial  de nossos educandos/ alunos (as crianças de hoje são mais espertas do que a décadas passadas, porque praticamente nascem com acesso a todos os conhecimentos através da internet e não tem medo das novas tecnologias, no entanto também precisam estar cientes de que todo este conhecimento que está na rede nem sempre é verdadeiro, por isso a necessidade de um olhar crítico e um certo controle dos pais ao acesso a rede), quando os mesmos tem interesse em desenvolve-los, porém cabe aqui ressaltar que é imprescindível ter o desejo de vencer, o gosto pelo estudo, o empenho  em  produzir resultados e fazer da escola um local não apenas de encontro de amigos, mas um ambiente de estudo, onde realmente haja condições para produzir conhecimento, isto é, silêncio quando o mesmo se fizer necessário, dedicação, prazer em estudar. Mas para tudo isso ser possível, é necessário acima de tudo interesse, vontade política e pessoal, e apoio e compreensão dos pais.
Encerro com  célebres  frases  do astronauta brasileiro mais famoso: Marcos Pontes!
“Escrevo artigos e outros textos com a finalidade de conscientizar e motivar pessoas para descobrirem o seu potencial.
Minha vida é dinâmica e super produtiva, graças ao meu próprio esforço e aos ensinamentos dos meus pais e professores.
Eu vivo e trabalho com motivação, honestidade, ética, afinco e persistência em todas essas atividades, exatamente como eles me ensinaram...há muito tempo atrás. Faço o que gosto, e gosto do que faço.
Meus objetivos são simples: ser útil para o maior número de pessoas possível, trazer otimismo e bem estar, espalhar coisas boas e felicidade, ser feliz...até o dia de, finalmente, poder abraçar Aquele que nunca me abandonou.
Sentir que cumpri bem as missões que recebi na vida. Só isso!
Estátuas não duram para sempre, homenagens também são esquecidas, mas idéias perduram para a eternidade, e podem despertar o espírito da "boa luta" em cada uma das pessoas que se aventurarem a "ser", serem humanos, serem parte de Deus, serem livres, serem felizes...
Eu desejo que as minhas idéias, de alguma forma, independentemente das dificuldades da situação atual, possam fazer decolar o Fernão Capelo Gaivota que existe dentro de VOCÊ! Que você voe rápido! Que você voe alto! Que você voe para os seus sonhos!
É possível...acredite nas suas asas!” Marcos Pontes
“Podem fazer de tudo para justificar a própria incompetência.  Podem me discriminar, criticar, banir ou ferir... Mas nunca poderão aprisionar as minhas idéias. Não há limites para os meus sonhos, e muito menos para onde eles podem me levar... Nós estivemos nos espaço, e iremos ainda mais longe, enquanto eles ficarão, para sempre, presos ao chão, pelas correntes da arrogância, da covardia e da mediocridade. “ Marcos Pontes